Transporte público no Brasil: como torná-lo mais eficiente?

O transporte público no Brasil sempre foi alvo de inúmeras reclamações. Veículos velhos e sem segurança, lotação máxima que não privilegia o conforto e a acomodação dos passageiros, preço elevado das passagens, além da baixa qualidade na prestação dos serviços.

Alvo de protestos e reclamações, o retrato acima não é recente, mas, um problema que tem se alastrado há algum tempo em todo o território brasileiro, sendo pior nos grandes centros urbanos do país, dada sua densa massa populacional.

Todavia, não é somente a prestação do serviço que precisa melhorar, mas, todo o planejamento de roteiros, estabelecimento mais inteligente de zonas e pontos de embarque, trafegabilidade e fornecimento de informações úteis e mais claras aos usuários.

Em 2011 e 2012, de acordo com pesquisas realizadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 60% dos entrevistados classificaram o transporte público como “péssimo” ou “ruim”.

O problema não é recente, e as causas, passam pelo processo de urbanização nacional e a tardia industrialização brasileira. Todavia, o objetivo deste artigo é analisar o que pode ser feito atualmente, não sendo foco deste conteúdo o processo histórico, ainda que relevante.

Sendo assim, no artigo de hoje falaremos sobre mudanças que, se implementadas, seguramente tornariam o transporte público mais eficiente, ecológico, direcionado aos usuários e qualificado, do ponto de vista da prestação do serviço.

Para facilitar sua navegação neste artigo, sumarizamos em tópicos os temas abordados ao longo deste conteúdo.

  • Roteirização de linhas e itinerários
  • Tecnologias para os passageiros
  • Comportamento dos motoristas

Roteirização de linhas e itinerários

Não é difícil perceber a ineficiência atual dos pontos e zonas onde os passageiros embarcam. As grandes estações de embarque, foram criadas devido à densa demanda localizada em alguns bairros e regiões de cidades brasileiras, sobretudo, com menor poder aquisitivo.

Quando ocupamos um assento em um ônibus, percebemos como muitos pontos são próximos uns dos outros. Às vezes, em uma mesma avenida, existem vários desses exemplos.

Para tornar as rotas mais eficientes, em termos econômicos e ecológicos (emissão de poluentes), as empresas de ônibus, junto às prefeituras e responsáveis pelo planejamento urbano, deveriam criar rotas tendo como fundamento principal a roteirização e a identificação mais eficiente das demandas de origem e destino, obtidas atualmente através de pesquisas quantitativas. (vide abaixo seção tecnologia para os passageiros sobre uso de aplicativos).

Para saber mais sobre o que é roteirização, qual sua importância, benefícios e funções no contexto de transporte, leia este artigo completo que escrevemos sobre o tema!

Através da roteirização, criam-se rotas de transporte melhores e mais otimizadas entre as distâncias percorridas por um veículo. Assim, é possível definir novos pontos ótimos em avenidas, bairros e regiões.

Esses novos locais de embarque seriam eficientes em termos financeiros ao viabilizar economia para as empresas que operam o transporte público, além de ecologicamente corretos, pois, “forçariam” os ônibus a circularem somente o necessário.

Dessa forma, através da roteirização, todas as rotas utilizadas pelo transporte público seriam as mais eficientes possíveis, os pontos acompanhariam essa lógica e, o custo da passagem, inclusive, poderia reduzir, uma vez que os custos das empresas reduziriam.

Tecnologias para os passageiros

Com a difusão dos aplicativos de transporte, as empresas de ônibus deveriam incentivar o uso de aplicativos que fornecessem informações relevantes aos usuários, como localização em tempo real do coletivo, tempo de chega ao ponto e taxa de ocupação. Conheça nosso aplicativo para o passageiro da plataforma iTransport.

Assim, os usuários ficariam somente o tempo necessário nos pontos para embarcarem nos ônibus, saberiam a exata ocupação do coletivo e o tempo que ainda precisariam esperar para tomá-lo e a previsão de chegada até o destino desejado.

Isso melhoraria a qualidade na prestação do serviço, além de entregar informações qualificadas aos usuários relativas à trafegabilidade, ocupação e tempo de espera para embarque.

Além destas contribuições, o aplicativo dos passageiros, poderá gerar informações qualificadas sobre as origens e destinos (embarques e desembarques), de forma automática, para retroalimentar a definição eficiente dos melhores locais para o estabelecimento de pontos.

Esta sistemática, tornará o planejamento de rotas muito mais precisa atendendo melhor as necessidades dos passageiros, além de aumentar em muito a eficiência do sistema como um todo.

O aplicativo permite captar com precisão as “migrações” dinâmicas da demanda por parte dos usuários do sistema de transporte.

Comportamento dos motoristas

Outro passo importante para a criação de um nível de serviço de maior qualidade é o monitoramento comportamental dos motoristas.

As garagens de ônibus, através de tecnologias de telemetria, podem acompanhar e verificar várias informações, parâmetros e decisões tomadas pelo condutor em tempo real.

Ações como frenagens bruscas, guinadas repentinas, excesso de velocidade e outras atitudes do motorista podem ser verificadas, estudadas e servirem como evidências operacionais de decisões inapropriadas tomadas pelo condutor.

Por outro lado, motoristas prudentes, que sirvam os passageiros com uma dirigibilidade correta, dentro da lei, orientada ao conforto e “pacífica”, isto é, sem surpresas, também seriam detectados pela companhia.

Além disso, treinamentos de bons modos para motoristas e trocadores poderiam ser ministrados pelas empresas. O tratamento a abordo é um fator de grande importância que compõem as percepções dos usuários relacionadas ao nível de serviço e, além disso, são princípios básicos de educação.

Conclusão

É certo que o transporte público tem muito a evoluir. Atualmente, o que ainda o qualifica é a ineficiência operacional, pouca preocupação com o conforto e segurança dos passageiros, além de uma desconhecida política de precificação.

Aplicando tecnologia no contexto do transporte público, certamente, as mudanças despontariam no horizonte, ainda que paulatinas e vagarosas, sobretudo, dado o jogo de interesses e mudanças em políticas financeiras, próprias das companhias deste mercado.

Agora que você aprendeu mais sobre como o transporte público poderia ser mudado, aprenda tudo sobre controle de documentação, qual sua importância e validade para as empresa de transporte e departamentos do gênero.

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