Patinetes elétricos: tudo que você precisa saber
Nos últimos anos, os debates sobre mobilidade urbana têm crescido consideravelmente em todo o mundo. Temáticas das mais variadas vêm sendo debatidas em diversas situações, ambientes, contextos de ensino, meios de comunicação e mercados, além de ser alvo de ações políticas e empresariais.
No Brasil, desde o início deste ano, os assuntos mais discutidos envolvem a micromobilidade e a intermodalidade entre meios de transporte, além de outras questões correlatas diretamente relacionadas às matérias supracitadas.
Sendo assim, no artigo de hoje falaremos sobre a expansão dos patinetes como meio de transporte alternativo nas grandes cidades, além de mostrar os principais problemas enfrentados pelas empresas por trás deste “novo” modal de deslocamento.
No artigo de hoje, você vai aprender sobre:
- Porque os patinetes foram criados?
- Qual é o cenário ao redor do mundo?
- Qual é o cenário brasileiro?
- Quais são os benefícios dos patinetes?
- Quais são os pontos negativos dos patinetes?
Porque os patinetes foram criados?
Um dos grandes problemas enfrentados pelas metrópoles e centros de produção é o impacto humano causado ao ambiente direta ou indiretamente. A poluição, em seus vários tipos de manifestação, historicamente, é uma preocupante questão, que move instituições, governos e empresas a desenvolver soluções capazes de conter o seu avanço.
Uma das maiores empresas do mercado de patinetes, a americana Bird, foi fundada, segundo a própria companhia, para contribuir com a criação de um mundo mais limpo e hospitaleiro, onde as pessoas, ao invés de automóveis, sejam prioridade.
Além disso, os patinetes surgem como meio de transporte alternativo, principalmente para os deslocamentos mais curtos, melhoram a circulação de pessoas e veículos nos centros urbanos, otimizam deslocamentos e integram diferentes modais de transporte, além, evidentemente, de gerarem outros benefícios.
Todavia, a crescente popularização deste novo meio de transporte, na mesma proporção de crescimento, têm recebido muitas críticas e causado dúvidas sobre onde pode ser usado, principalmente, depois de mortes terem ocorrido.
Qual é o cenário ao redor do mundo?
Estimativas apontam que mais de 100 cidades ao redor do mundo, como São Paulo, Paris e San Francisco, por exemplo, contam com empresas que operam este mercado de aluguel de patinetes, similar à locação de bicicletas.
Em Paris, por exemplo, existem cerca de 20 mil patinetes elétricos disponíveis na cidade, que aplica multas de 135 euros (R$ 565) para quem os utiliza na calçada e de 35 euros (R$ 146) para usuários que estacionam os patinetes indevidamente.
Mesmo que a prefeitura de Paris tenha demonstrado preocupação com a utilização destes “veículos”, além de estudar a criação de uma legislação específica, recentemente na cidade, registrou-se a primeira morte pela utilização dos patinetes.
Além disso, no Reino Unido, na cidade de Londres, no dia 12 de julho, houve mais uma morte decorrente da utilização dos patinetes. No país, não existem serviços de aluguel de patinetes elétricos, mas, eles podem ser adquiridos em lojas ou sites online.
Todavia, é proibido pilotar patinetes motorizados nas ruas e calçadas do país. Entretanto, isso não tem impedido o crescimento deste meio alternativo de transporte na Inglaterra que aplica multas aos usuários que utilizam os patinetes pelas ruas, no valor de 300 libras (R$ 1.396).
Qual é o cenário brasileiro?
No Brasil, as cidades têm autonomia para definirem suas próprias regras de utilização para patinetes motorizados, que costumam ser oferecidos para aluguel por locadoras, como a companhia Grow, por exemplo.
Inclusive, em maio deste ano, no primeiro dia de fiscalização das normas de uso de patinetes motorizados, foram apreendidos 557 veículos da organização Grow, dona das marcas Grin e Yellow.
Na cidade de São Paulo, foi proibido uso dos patinetes nas calçadas ou em vias com velocidades máximas superiores a 40 km/h. Vale ressaltar que a velocidade máxima permitida para este tipo de veículo é de 20 km/h, tanto em vias públicas como em ciclovias.
Além disso, há aplicação de multas para usuários que circulam em locais indevidos ou acima da velocidade permitida, no valor de R$ 500. Ademais, é necessário a utilização de capacete, que implica em multa de R$ 100. As punições são direcionadas às locadoras, que podem repassá-las aos usuários.
A cidade do Rio de Janeiro regulamentou, em junho de 2019, o uso de patinetes motorizados, quando publicou as novas regras no Diário Oficial do município. A utilização foi permitida apenas em vias com velocidade máxima inferior a 40 km/h, vias fechadas ao lazer, ciclovias, ciclofaixas, parques e praças.
Está proibido o uso em calçadas, além do transporte simultâneo de mais de uma pessoa por veículo. Os condutores não podem ultrapassar os 20 km/h. Além disso, o Rio de Janeiro exigiu que as empresas equipem os patinetes com indicador de velocidade, buzina, sinalização noturna dianteira, traseira e lateral.
No Brasil, outras cidades ainda discutem as regras de uso dos patinetes, a criação de legislações específicas, além de multas e sanções a serem aplicadas àqueles que desrespeitarem as regras de uso.
Quais são os benefícios dos patinetes?
Além de otimizar deslocamentos mais curtos e estimular a micromobilidade, isto é, deslocamentos menores que 8 km, em tese, reduzem a quantidade de veículos nas ruas, a emissão de poluentes, principalmente Co² e particulados, o fluxo de pessoas e contribuem com um mundo mais sustentável.
Ademais, podem atuar como segmento da intermodalidade, isto é, de forma conjunta a outros meios de transporte viabilizarão aos usuários deslocamentos mais ágeis, a custos menores e com maior eficiência.
Quais são os pontos negativos dos patinetes?
Os patinetes não possuem dispositivos que protejam os usuários de colisões e quedas, além disso, os usuários estarão mais expostos a assaltos e, em casos de chuva não poderão ou terão dificuldades para usá-los.
Além disso, como são produtos mais novos, não se conhece seu ciclo de vida e sua durabilidade, necessidades de manutenção e o impacto dos componentes do patinete na natureza, sobretudo, relacionados à carga das baterias.
Por fim, por não serem tão claras as normas e locais apropriados de uso e não existir legislação que apoie sua expansão, é aconselhável acompanhar o impacto destes fatores sobre o mercado e sua aceitação pelos usuários como um meio de transporte alternativo.
Conclusão
Com vimos, o mercado de patinetes elétricos no Brasil têm crescido bastante nos últimos tempos, mas, pela ausência de uma legislação específica que contemple regras de uso, além de um local apropriado para sua utilização, tem gerado dúvidas e questionamentos em muitos usuários.
É certo que existem benefícios em sua utilização nos grandes centros do país, mas, também, existem pontos negativos e empecilhos para sua adoção como forma complementar de deslocamento.
E você, o que acha? Será que os patinetes elétricos surfarão a mesma onda que uber e outros aplicativos de transporte surfaram no país? Ou é mais uma moda passageira e, brevemente, se extinguirá? Deixe sua opinião no campo de comentários abaixo.
Agora que você aprendeu mais sobre os patinetes elétricos tanto no Brasil como ao redor do mundo, descubra tudo sobre qual é o maior problema de uma operação de transporte e saiba como resolvê-lo.