Bikesharing: tudo que você precisa saber
Um dos principais problemas das grandes cidades é a mobilidade urbana, sobretudo, a pequena oferta de alternativas de mobilidade que atendam passageiros dependentes do transporte público.
Além disso, a falta de interconexão do sistema de mobilidade urbana das cidades brasileiras e a carência de meios de transporte complementares, principalmente, nos trechos iniciais e finais de viagem, dificulta ainda mais o deslocamento das pessoas.
Uma alternativa que tem crescido como solução é o compartilhamento de bicicletas ou, como é popularmente conhecido, bikesharing. Diante disso, no artigo de hoje falaremos mais sobre o bikesharing como modal complementar de transporte.
No artigo de hoje, falaremos sobre:
- O que é bikesharing?
- Como surgiu o bikesharing?
- Fase 1: White bikes ou Free bikes
- Fase 2: Copenhagen em 1995
- Fase 3: Sistema atuais (terceira geração)
- Fase 4?
- Bikesharing é um modelo definitivo?
O que é bikesharing?
O compartilhamento de bicicletas, do inglês bikesharing, é um sistema de utilização de bicicletas sob demanda. Através de um aplicativo de celular, um usuário solicita a reserva de uma bicicleta, normalmente espalhada por locais estratégicos da cidade.
Ao solicitar, o aplicativo direciona o usuário para uma estação. Já no local, pelo próprio aplicativo, o usuário destrava a bicicleta e, logo em seguida, é habilitado a utilizá-la pelo tempo contratado, sendo ainda possível planejar a rota e efetuar o pagamento.
Como surgiu o bikesharing?
Em 2007, o atual modelo de locação de bicicletas começou a ser desenhado. No referido ano, dois sistemas de compartilhamentos surgiram, em Paris e Barcelona. Em Paris, houve a criação do Vélib, que foi lançado com 10 mil bicicletas. Já em Barcelona, no mesmo ano, surgiu o Bicing, lançado há época com 1,5 mil bicicletas.
Em 2014, existiam mais de 700 cidades que possuíam sistemas de compartilhamento, sendo o Vélib o maior no ocidente, com mais de 20 mil unidades, cobrindo toda a cidade de Paris. O maior sistema do mundo fica em Wuhan, na china, e possui mais de 90 mil bicicletas.
No decorrer das últimas 4 décadas, os sistemas de bikesharing se desenvolveram ao longo de três fases. Nestas três gerações, houve evolução e aprimoramento do modelo de compartilhamento de bicicletas.
Fase 1: White bikes ou Free bikes
A primeira fase teve origem na década de 60, nos Países Baixos e Escandinávia. O primeiro sistema desta geração, foi lançado em 1965 na cidade de Amsterdã. As bicicletas eram oferecidas gratuitamente, sem estações fixas, cobrança ou limite de utilização.
Logo, os sistemas desta natureza sucumbiram, diante de vandalismo, roubos e falta de manutenção. Alguns anos mais tarde, surgiu a segunda geração de compartilhamento de bicicletas.
Fase 2: Copenhagen em 1995
Os sistemas de segunda geração, foram criados em Copenhagen no ano de 1995. Esse tipo de sistema, funcionava em estações fixas. Os usuários depositavam moedas para retirar e devolver as bicicletas nas estações.
Tais melhorias tecnológicas popularizaram o conceito de compartilhamento e, naturalmente, tornaram o sistema atrativo, comercialmente falando. Inclusive, nesta época, ocorreram alguns patrocínios privados a sistemas deste tipo.
Todavia, a confiabilidade das plataformas ainda continuava duvidosa. Isso porque as bicicletas, principal ativo do modelo, continuavam vulneráveis a roubos, dada a baixa quantia e o anonimato dos usuários, que não garantiam o retorno das bicicletas.
Fase 3: Sistemas atuais (Terceira geração)
O primeiro sistema deste tipo foi lançado em Rennes, na França em 1998. Os sistemas contemporâneos de compartilhamento, contam com totens de autoatendimento nas estações, que permitem aos usuários se registrarem, realizarem depósitos, planejar a rota, além de verificarem a disponibilidade e eventuais vagas para bicicletas nas estações da rede.
Além do mais, estes sistemas possuem dispositivos de travamento, cuja interface eletrônica é móvel e sem fio, o que permite aos usuários retirar e devolver as bicicletas em qualquer lugar e hora.
Ademais, as bicicletas neste sistema passaram a possuir dispositivos RFID, sendo monitoradas constantemente pelos operadores do sistema que passaram, também, a analisar os dados gerados.
Fase 4?
Com a rápida popularização dos sistemas de terceira geração em todo o mundo, começaram a surgir novos sistemas ainda mais avançados, com estações móveis e sem travas, informações de trânsito em tempo real, integração com outros modais públicos de transporte, rastreamento e monitoramento das bicicletas por GPS, dentre outras inovações.
Além disso, essa nova geração, prevê a utilização de um cartão conectado aos outros modais de transporte público, de modo a concentrar os gastos com transporte em apenas um meio e permitir a real integração dos modais. Dessa maneira o usuário poderá utilizar a rede de transporte público (ônibus, metrô e trem) e completar sua viagem com a bicicleta.
Bikesharing é um modelo definitivo?
O modelo tem vantagens, mas, também trás algumas desvantagens muito grandes. Além da falta de segurança que uma bicicleta oferece, o modelo deixa os usuários mais expostos, estando sujeitos a assaltos e acidentes frequentes.
Além disso, em dias chuvosos, fica inviável utilizar bicicletas como modal complementar de transporte sendo que, além disso, a depender da geografia da cidade (quantidade de subidas) faltam estímulos para utilizar as magrelas.
Conclusão
A famosa brincadeira de criança, ao poucos, tornou-se uma ferramenta logística bastante interessante. Todavia, como abordamos ao longo do artigo, faltam provas suficientes que assegurem a adoção definitiva das bicicletas como modal completar de transporte.
Mostramos alguns problemas sérios do modelo, ainda que existam vantagens consideráveis. E você, o que acha? Deixe seu comentário abaixo. Aproveite também, para aprender mais sobre como a gestão de custos impacta uma operação de transporte.