Carros voadores: futuro?

Nesta semana, a Europa avançou mais um passo no desenvolvimento de um carro voador, ao menos é o que parece. O Aircar, um carro que se transforma em avião, foi aprovado em testes realizados na Eslováquia e recebeu o Certificado de Aeronavegabilidade da autoridade de transporte local após completar 70 horas de voos e realizar mais de 200 decolagens e aterrissagens.

Além deste exemplo, existem outras iniciativas similares em outras partes do mundo, como na China e até mesmo aqui no Brasil. Mas, será que esse novo modal logístico vingará no futuro? É o que discutiremos neste artigo.

No artigo de hoje, falaremos sobre:

  • Carros voadores?
  • Existem legislações atualmente?
  • Qual seria o custo para o consumidor?
  • Qual o risco deste modal logístico?

Carros voadores?

A tecnologia tem a capacidade de nos surpreender, além de tornar muitas coisas possíveis. Mas, será que no futuro os carros voadores serão realidade? Será que as cidades comportariam este tipo de transporte? Por mais que existam iniciativas nesse sentido, ainda há um longo caminho a ser percorrido para que isso se torne possível.

Por outro lado, se as empresas envolvidas no desenvolvimento destes carros fizerem bons planos de negócio, isso poderia gerar a criação de novos produtos e até mesmo mercados. No fundo, o que modelaria esse mercado seria a escala (demanda), a geração de empregos e a possibilidade de que novas tecnologias sejam desenvolvidas.

Além do aspecto econômico, outro ponto fundamental é a regulação deste mercado, afinal, carros voadores são, em essência, aeronaves e certamente demandarão uma regulação específica e complexa para serem usados cotidianamente.

Pense, por exemplo, se o fluxo destes “carros” for tão intenso como é o fluxo de veículos nos chamados horários de pico nas grandes cidades do Brasil. Quais problemas aconteceriam? E os acidentes, imprudências e imperícias? Certamente, a discussão é quase infinita.

Mas, existe atualmente alguma legislação específica que contemple a utilização deste tipo de veículo?

Existem legislações atualmente?

Ainda não. Mas, de forma isolada, alguns países se preparam juridicamente para o que, futuramente, poderá se tornar realidade. O estado de New Hampshire, nos Estados Unidos, em 2020 aprovou uma lei que autoriza carros voadores a circularem em vias públicas. Contudo, o documento não permite que veículos sobrevoem ruas e estradas, mas os autoriza a operarem como veículos tradicionais.

Na prática, a lei viabiliza que condutores de carros voadores possam dirigir até os aeroportos e levantar voo a partir destes locais, mas, decolagens e pousos em vias públicas ainda são proibidos. Talvez leis como essa sejam apenas referenciais futuros, sementes jogadas ao solo.

Além disso, alguns dos projetos em curso na atualidade receberam certificações de órgãos locais como é o caso do Aircar, citado no início deste artigo. Segundo um comunicado divulgado pela desenvolvedora do Aircar, os voos de teste, que incluíram mais de 200 decolagens e aterrissagens, foram compatíveis com os padrões da Agência Europeia de Segurança da Aviação (EASA).

Mesmo que o recebimento de certificações por órgãos regulatórios seja um avanço, como o exemplo citado acima, isso não assegura que no futuro esse tipo de veículo se tornará realidade. Existem diversos outros fatores que podem inviabilizar iniciativas como as atuais, tal como o valor de comercialização destes carros.

Afinal, quanto o consumidor pagaria (ou estaria disposto a pagar) por essa inovação?

Qual seria o custo para o consumidor?

Em países como o Brasil, onde carros populares com motorização 1.0 podem chegar a custar mais de cem mil reais, certamente, carros voadores poderiam ultrapassar facilmente a casa dos milhões.

Além disso, como se daria o processo de habilitar pessoas a se tornarem pilotos de aeronaves? Quais seriam os critérios que atestariam que determinada pessoa está apta a usufruir de seu carro voador? Além de adquirir um carro voador, qual seria o custo para o consumidor se habilitar? Certamente a questão é mais complexa.

Além do custo de aquisição, o custo de propriedade sem dúvida alguma, também, seria altíssimo. Mesmo que muitos dos veículos em desenvolvimento utilizem combustível comum, vendidos em postos de gasolina, os componentes utilizados nos veículos são muito específicos, possuem alto custo e requerem mão e obra especializada.

Ademais, poderíamos mencionar o custo com seguro. Qual seria o valor médio dos seguros para carros voadores? O que eles cobririam? Podemos especular vários aspectos, mas, o que podemos afirmar é que um seguro para um carro voador, a semelhança dos outros custos, seria exorbitante.

E o que tudo isso tem a nos dizer? Simples: o custo geral (custo de aquisição, propriedade, depreciação, etc.) será um impeditivo para 99% das pessoas do mundo, tornando os carros voadores artigos de extremo luxo, ou seja, pouquíssimas pessoas ao redor do mundo seriam capazes de adquirir e manter um veículo como esse.

Talvez, esse nicho de mercado possa sim, no futuro, absorver a demanda por carros voadores. Mas, como temos afirmado ao longo deste artigo, há muito chão para ser percorrido até esse futuro ser possível.

Qual o risco deste modal logístico?

Existirão inúmeros riscos envolvidos na utilização dos carros voadores, alguns controláveis e, portanto, que poderão ser calculados, todavia, outros incontroláveis e que não poderão ser calculados. Alguns desses riscos foram mencionados ao longo do artigo, mas, outros, mencionaremos agora.

Esses carros poderão voar em qualquer lugar? Voarão em cima das nossas casas? Poderão ser usados nas grandes áreas urbanas? Poderão decolar e pousar em ruas e/ou avenidas? Quais as consequências de eventuais acidentes que certamente acontecerão? E se forem roubados e os bandidos quiserem experimentar a “nave”?

Poderíamos listar diversos pontos de risco, mas, não queremos ser exaustivos nem demasiados. Contudo, gostaríamos de propor uma reflexão sobre a viabilidade destes carros voadores.

E você, acha que esses carros são o futuro da mobilidade?

Conclusão

A discussão é muito longa, complexa e carregada de interesses, sobretudo, das empresas por trás do desenvolvimento caro e longo desta nova geração de veículos, se podemos classificá-los dessa forma.

Agora que você aprendeu mais sobre a viabilidade e o futuro dos carros voadores, aprenda mais sobre como gerenciar os assentos dos ônibus e de veículos similares utilizados em operações de transporte fretado.

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