Isolamento social contribui para redução da poluição
Governos de todo o mundo tem se mobilizado no combate contra o avanço da pandemia do novo Coronavírus, adotando medidas restritivas de circulação em observação às recomendações dos especialistas em saúde, tanto locais como mundiais.
As principais medidas, relativas à circulação de pessoas e veículos, além da desaceleração da atividade econômica, têm provocado em todo o mundo uma diminuição vertiginosa da emissão de poluentes.
Na Europa, por exemplo, em cidades como Bruxelas, Paris, Madri, Milão e Frankfurt, foram observadas grande redução nos níveis médios de dióxido de nitrogênio e outros gases entre os dias 5 e 25 de março, na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com imagens do satélite Sentinel-5.
Como destacado, a queda coincide com interdições em muitos países europeus que vêm limitando o transporte rodoviário – a maior fonte de óxidos de nitrogênio – e diminuindo a produção de fábricas emissoras de gases.
A china também registrou uma queda na poluição de dióxido de nitrogênio em suas cidades no mês de fevereiro, quando as autoridades governamentais chinesas impuseram medidas de interdição para conter a epidemia devastadora.
No Brasil, o cenário não é diferente. Em Belo Horizonte, por exemplo, segundo dados da Fundação Estadual do Meio Ambiente, foi verificado que os níveis de poluição atmosférica caíram até pela metade a partir do momento em que as autoridades aconselharam a população ao isolamento.
No entanto, cabe ressaltar que a qualidade do ar depende não só das emissões atmosféricas, mas também das condições meteorológicas, que variaram em cada dia analisado.
Além disso, as pesquisas mostram que o período após a vigência do decreto é curto para uma avaliação conclusiva do impacto das paralisações na qualidade do ar, sendo possível neste momento somente a percepção de tendências.
Em São Paulo, segundo dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) houve redução de concentrações de CO (monóxido de carbono) e NO2 (dióxido de nitrogênio) em várias estações que monitoram a qualidade do ar por todo o Estado, especialmente na região metropolitana de São Paulo.
No Rio de Janeiro, também houve melhora significativa. Várias estações que monitoram a qualidade do ar reportaram relatórios positivos quanto a quedas nos valores que mensuram a qualidade do ar.
Utilizando de cinco diferentes poluentes (monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio, material particulado, dióxido de enxofre e ozônio) como parâmetro, o MonitorAR Rio calcula o índice de qualidade do ar em cinco níveis, indo de bom (menores valores, com pontuação de 0 a 50) a péssimo (valores mais altos, acima de 300).
No último dia de medição, que ocorreu no dia 25 do último mês, todas as estações estudadas apresentaram valores inferiores a 50 pontos, indicando uma boa qualidade do ar para as localidades aferidas, como o Centro, Tijuca e Copacabana, por exemplo. As melhorias também ocorreram na cidade de Curitiba.